1 a 5 de Março de 2010 no Teatro Lethes (iniciativa TMF - Carta Branca a Anabela Moutinho)

Dia 1 21h30 Wendy & Lucy Kelly Reichardt, EUA, 2008, 80' escolha de Ricardo Vieira Lisboa

Dia 2 21h30 Luz Silenciosa Carlos Reygadas, México, 2007, 136' escolha de Carlos Natálio

Dia 3 21h30 Tetro Francis Ford Coppola, EUA, 2009, 127' escolha de Chico

Dia 4 21h30 Vem e Vê Elem Klimov, URSS, 1985, 145' escolha de Victor Afonso

Dia 5 14h30 História(s) do Cinema Jean-Luc Godard, França, 1998, 268' escolha de Cristina Marti

Dia 5 21h30 Mesa-Redonda com os 5 bloggers

segunda-feira, fevereiro 28

post de 1 de 5 bloggers: Uma senhora desconhecida veio bater à minha porta, eu abri

(de ficar sem fôlego)

Faz já uns meses, uma senhora desconhecida, como são quase todos os que se conhecem pela Internet abordou-me, aqui no blog, convidando-me a participar numa mesa redonda com outros bloggers. O tema era esse que se adivinha, os blogs de cinema; e os convidados eram ilustres bloggers e depois um miúdo - eu. A par desta mesa haveria um pequeno ciclo de filmes propostos pelos senhores cinéfilos, eu propus um série de títulos e deixei nas mãos de Anabela Moutinho (a dita senhora desconhecida que sei, agora, ser a directora do cineclube de Faro) a escolha final - o filme que ficou - foi Wendy & Lucy (para os que seguem este espaço lembrar-se-ão que este foi o filme que ocupou a posição cimeira dos melhores filmes de 2010). Para os Algarvios ou para aqueles de estejam de férias no Algarve, ou para aqueles que quiserem aparecer (vindos de muito, muito longe), sábado, no Teatro Lethes, estarei à vossa disposição; até lá, os filmes passam no mesmo local como se indica a seguir. (ler)

post de 1 de 5 bloggers: histoire(s) du cinéma #15

(da senhora que me deu a ideia deste blog)

Os livros de filosofia e as obras de arte (...) têm em comum a resistência, a resistência à morte, à servidão, ao intolerável, à vergonha, ao presente. Deleuze, Guattari, "O que é a filosofia"

4B oui, c'est de notre temps que je suis l'ennemi fuyant; oui, le totalitarisme du présent... cette tyrannie sans visage qui les efface tous au profit exclusif de l’organisation systématique du temps unifié de l’instant... je tente de m’y opposer, parce que (ler)

o blogger escreve sobre o filme que escolheu: WENDY AND LUCY

TEATRO LETHES, 3ªF, DIA 1 DE MARÇO, 21H30, 3€ (passe para os 5 filmes 10€)

Pensem no melhor cinema que conhecem. Óptimo. Agora analisem a vossa escolha de modo a encontrar os pequenos defeitos que as vossas obras-primas possam ter (ou simplesmente as coisas que não gostam tanto). Muito bem. Agora tirem o segundo conjunto ao primeiro. O que fica? Cinema sem falhas, sem excessos, despojado de tudo o que é extra, filmes sem maneirismos, sem exibições de técnica, sem histerismo nem t(o/i)ques de autor. Ficam filmes como Wendy and Lucy - puros, limpos e simples.

Este último filme de Kelly Reichardt é aquilo que qualquer filme deve querer ser; feito com um orçamento perto do zero, é um filme de uma moça, um carro e um cão [e consegue-se que o carro tenha mais profundidade que qualquer das personagens de pessegadas como Nine e Lovely Bones]. Verdadeiro até mais não poder, humedecido pelas lágrimas do espectador, esta é a história de uma rapariga, Wendy, que viaja em direcção à terra prometida, Alasca, dormindo no seu carro e contando os trocos; tem uma cadela, Lucy, como companhia e quando (por falta de trocos) rouba umas latas de comida de cão e uma carcaça para si, é presa, obrigada a pagar uma multa com o dinheiro que não tem, fica sem carro porque o arranjo é pesado na carteira e a sua cadela desaparece - a sua família disfuncional (ela, a cadela e o automóvel) rompe-se [e convém frisar: isto é uma tragédia; e se a descrição não indica nesse sentido é porque o filme faz-se de nadas (melhor que a alquimia)]. Michelle Williams é de uma sobriedade e Reichardt funciona aqui como uma realizadora iluminada pelo divino (eu que não acredito, depois de filmes destes fico com sérias dúvidas). [esqueci-me de referir a crença na bondade intrínseca dos indivíduos (basta um telemóvel) e a tristeza da tomada de consciência (consciência de que a utopia da terra prometida é isso mesmo), mas o que disse já chega para chatear]

Wendy and Lucy é tudo o que os outros não são, ou seja, é simples(mente) perfeito.

Ricardo Vieira Lisboa

Ricardo Vieira Lisboa, 20 anos, de Lisboa, jovem universitário. O seu blog Breath Away tem três anos de existência e passou por várias fases, mas anda estável há quase um ano e meio, com uma média de 2 publicações por semana e algumas rubricas recorrentes que dão muito prazer ao autor.


FICHA TÉCNICA
Título Original: Wendy and Lucy
Título português: Wendy e Lucy
Realização: Kelly Reichardt
Argumento: Kelly Reichardt e Jonathan Raymond
Direcção de Fotografia: Sam Levy
Montagem: Kelly Reichardt
Interpretação: David Koppell, John Robinson, Max Clement, Michelle Williams, Sid Shanley, Wally Dalton, Will Oldham, Will Patton
Origem: EUA
Ano de Estreia: 2008
Duração: 80’

domingo, fevereiro 27

post de 1 de 5 bloggers: Tudo o Que Você Sempre Quis Saber Sobre Bloggers de Cinema [Mas Teve Medo de Perguntar]

(o senhor da palavra)

É já depois de amanhã, dia 1 de Março, que arranca o projecto «Carta Branca», iniciativa na qual o Teatro Municipal de Faro decide abrir a sua actividade e ordená-la de acordo com outros olhares artísticos.


Ao longo do ano, o Teatro convidará três profissionais ligados à programação cultural da cidade, um por trimestre, a apresentar um novo conceito de programação.

A primeira dessas pessoas é Anabela Moutinho, Presidente do Cineclube de Faro, que decidiu dedicar a sua actividade à relação entre a cinefilia e as plataformas de escrita digitais, os blogues de cinema.

Para tal concebeu um ciclo intitulado (ler)

post de 1 de 5 bloggers: Rectificar as denominações

(da senhora que me deu a ideia deste blog)

Confúcio dizia muitas vezes que, se alguma vez um soberano quisesse recorrer aos seus serviços, num ano faria muitas coisas, e em três anos atingiria os seus objectivos. Um dia, um dos seus discípulos disse-lhe: Suponha que um soberano lhe confiava um território que pudesse governar à sua maneira: qual seria a sua primeira iniciativa?" "A primeira de todas as minhas tarefas", respondeu Confúcio, "seria sem dúvida rectificar as denominações." O discípulo ficou desconcertado: "Rectificar as denominações? E seria essa a sua prioridade? Está a falar a sério" (ler)

post de 1 de 5 bloggers: O cinema substitui a escola

(de um homem que sabe muito)


Na minha última visita à livraria Bertrand tive uma agradável surpresa: deparei-me com a edição portuguesa de um livro do qual já havia 13 traduções internacionais e de que falei há já dois anos.
Trata-se de "O Clube de Cinema" (Pergaminho), que conta a verídica história de um pai que educa o seu problemático filho adolescente (que abandonou a escola) com recurso ao visionamento de uma criteriosa selecção de filmes.
Quando terminar de ler o livro, farei uma resenha no blogue.
Para perceber todo o contexto desta fantástica história, é favor ler este post.
____
Crítica do jornal O Globo acerca do livro:
"Um livro terno, franco e divertido. É (ler)

post de 1 de 5 bloggers: Tudo o Que Você Sempre Quis Saber Sobre Bloggers de Cinema (Mas Teve Medo de Perguntar)

(os filmes dele)

O Teatro Municipal de Faro no seu exercício de abertura à comunidade que o rodeia, decidiu abrir a outros olhares, a concepção da sua própria actividade – a programação artística – através do projecto “Carta Branca”.
Em 2011 optaram por dar carta branca a três profissionais da programação cultural da cidade de Faro – um por cada quadrimestre – para apresentar um projecto na programação do Teatro das Figuras ou do Teatro Lethes.

Anabela Moutinho, Presidente do Cineclube de Faro, inaugura este projecto e apresenta no Teatro Lethes um ciclo de cinema, onde se propõe revelar “Tudo o Que Você Sempre Quis Saber Sobre Bloggers de Cinema [Mas Teve Medo de Perguntar]”.

De 1 a 5 de Março, o Teatro Lethes, será invadido por cinco bloggers de cinema e pelas suas escolhas de filmes, que (ler)

sábado, fevereiro 26

post de 1 de 5 bloggers: Semelhanças - LXXXII

(de ficar sem fôlego)


The Party (1968) de Blake Edwards com Peter Sellers
[A destruição do quadro pela limpeza imponderada]



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post de 1 de 5 bloggers

(da senhora que me deu a ideia deste blog)



Encontros, de Pierre-Marie Goulet, será apresentado amanhã às 19h15, no pequeno auditório do Rivoli, no âmbito da homenagem a Paulo Trancoso pelo Festival Internacional de Cinema do Porto.

1957. Um grupo de camponeses e camponesas da aldeia de Peroguarda, no Alentejo, vai cantar ao Porto. O poeta António Reis, futuro realizador de Trás-os-Montes e Ana, ouve esses cantos em companhia de jovens amigos. Conquistado, António Reis, toma o caminho de Peroguarda, 700 km ao Sul, montado na sua motoreta com um gravador debaixo do braço. No seu encalço, outros jovens do Porto irão ao Alentejo ao longo dos anos seguintes. (...) Entre eles, Luís Ferreira Alves, Alexandre Alves Costa, José Mário Branco.

1959. Michel Giacometti, o corso que salvou a música tradicional portuguesa,começa uma pesquisa de 30 anos durante a qual recolherá a memória da cultura popular. Não tarda a (ler)

post de 1 de 5 bloggers: Trouble Every Day (Trouble Every Day) 2001

(os filmes dele)



“Trouble Everyday” é sem dúvida nenhuma, um dos filmes franceses mais perturbadores dos últimos anos. Em França, parte da crítica considerou-o de monstruoso, estúpido e abominável. Parte. Muitos críticos e cinéfilos, no entanto, consideram Claire Denis uma das mais instigantes realizadoras da actualidade.

Este não é um filme fácil, muito pelo contrário, é bem difícil. Se for possível comparar este filme a algum outro, talvez esse outro seja “Crash" de Cronenberg. Denis já assumiu a ligação ao cineasta canadiano, mas a forma como ambos tratam o assunto é bastante diferente. Enquanto que “Crash” narra a satisfação sexual que um grupo de pessoas tinha em provocar e participar em acidente de automóveis, mesmo que, e sobretudo se, isso resultasse em fracturas, perfurações e outros choques pré-morte. “Trouble Every Day” fala do desejo extremo de duas personagens que literalmente comem os seus parceiros depois do sexo.

“Trouble Every Day” é cinema da maior qualidade, com muito sangue e pele. Cinema de (ler)

sexta-feira, fevereiro 25

post de 1 de 5 bloggers

(da senhora que me deu a ideia deste blog)

One of the lessons of Godard: everything is there for us to pick up and use when it is useful.

post de 1 de 5 bloggers: Calvário (Calvaire) 2004

(os filmes dele)



(...) Calvaire não é exactamente uma obra sobre a brutalidade: o calvário do título inclui violação masculina, crucificação, sexo com animais, afogamentos, e um assassinato a tiro, embora os close-ups de violência gratuita sejam evitados. Há uma linha surrealista, no entanto, na narrativa, com o realizador a recusar-se a explicar a existência desta comunidade enlouquecida e porquê Bartel e o seu sádico rival no amor, Orton (Philippe Nahon) estão convencidos de que Glória voltou na figura de Marc. Poderosas interpretações e uma fotografia marcante de Benoit Dobie são dois dos pontos fortes do filme.

Co-produção entre a Bélgica e a França, esta seria a primeira obra do jovem realizador belga, Fabrice Du Welz. Nota-se claramente a influência de filmes como Psycho, Deliverance, Straw Dogs e The Texas Chainsaw Massacre. (ler)

quinta-feira, fevereiro 24

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(da senhora que me deu a ideia deste blog)



(ver)

post de 1 de 5 bloggers: O Novo Cinema de Terror Francês

(os filmes dele)

Desta vez iremos debruçar-nos apenas no terror da década passada, e o sucesso desta filmografia recente está intimamente ligado a um movimento de que já falamos aqui: o Novo Cinema Extremista Francês.

Com o sucesso de "Haute Tension", de Alexandre Aja, estavam abertas as portas para que o cinema françês entrasse de rompante nos Estados Unidos, e a partir daí tivesse mais visibilidade pelo mundo fora. Muitos outros sucederam a "Haute Tension", entre os quais "Martyrs" que eu considero um dos melhores filmes de terror dos últimos anos.

Por vezes, coisas terríveis acontecem a pessoas normais. Essas pessoas não encontram vampiros, lobisomens, mágicos ou cientistas loucos. Eles encontram alguém que é apenas louco, e que muitas vezes acabam por matá-los. Esta é a premissa do novo cinema de terror francês, e os seus filmes não feitos a partir de (ler)

post de 1 de 5 bloggers: A bimby de Danny Boyle

(o senhor da palavra)



Após a perversa lição de «mundividência» de SLUMDOG MILLIONAIRE, que deixou toda a gente nas palminhas, a ser «amigo» das culturas longínquas e pobrezinhas, Danny Boyle tinha em 127 HOURS um interessante teste à sua capacidade de redenção, sobretudo, porque a história verídica do aventureiro Aaron Ralston no qual se baseia o filme, é uma história de imobilidade. Em 2003, Aaron numa caminhada pelo Canyon no Utah, ficou com o braço preso numa rocha, no fundo de uma ravina durante cinco dias, num momento extremo de luta pela sobrevivência. Boyle juntamente com Simon Beaufoy, que já tinha escrito SLUMDOG, e o próprio Ralston que contou a sua experiência no romance BETWEEN A ROCK AND A HARD PLACE, colaboraram no argumento e escolheram James Franco para o papel de protagonista.

A imobilidade de Aaron, centro da tragédia, convoca uma passagem por diversos estádios: esperança, organização, desespero, luta pela sanidade, etc. Contudo, desde (ler)

post de 1 de 5 bloggers: O primeiro filme de Tim Burton

(de um homem que sabe muito)



A propósito do último "Playtime" (sobre a primeira película de Tim Burton), gostaria de referir que se trata de um dos meus filmes preferidos de Burton. Creio até que só os verdadeiros fãs do cinema de Tim Burton devem conhecer e apreciar a primeira longa-metragem do realizador - "A Grande Aventura de Pee-Wee" (1985). Isto porque se trata de um filme praticamente ignorado e subestimado no seio da filmografia tão singular de Tim Burton.

Este filme foi também o início da fantástica colaboração com o compositor Danny Elfman, o meu compositor para cinema preferido.

Esta obra, realizada pouco tempo (ler)

quarta-feira, fevereiro 23

post de 1 de 5 bloggers: A Invasão dos Violadores (Invasion of the Body Snatchers) 1978

(os filmes dele)



Quando esporos transparentes caem na terra e criam raízes em São Francisco, a cidade é transformada por espectaculares e exóticas flores. Mas, estas adoráveis plantas têm planos horrendos para os seus admiradores terrestres: lentamente clonarem os seus corpos - e destruírem posteriormente os originais!
Lembrado como um dos grandes clássicos da ficção científica no cinema, Invasion of the Body Snatchers (1956) de Don Siegel, foi um produto raro no cinema americano da altura. Mais ocupada com ficções sobre monstros do espaço e filmes juvenis em plena explosão do rock’n’roll, Invasion destacou-se pela sua seriedade e entrelinhas de leitura social (a perda da identidade individual na forçada integração social) e política (a América vivia em plena paranóia macarthista). A (ler)

post de 1 de 5 bloggers

(da senhora que me deu a ideia deste blog)

Toda a poesia é evidentemente intraduzível por natureza, mas no caso da poesia chinesa essa impossibilidade é ainda reforçada por um mal-entendido. Aqui, com efeito, a tradução funciona como um crivo perverso que só salvasse o folhelho para eliminar o grão: aquilo que o tradutor propõe à admiração do leitor é precisamente a parte menos admirável do poema, ou seja, o seu argumento (geralmente banal) e as suas imagens (tiradas, nove em cada dez vezes, de um repertório convencional, desprovido de toda a originalidade). A (ler)

terça-feira, fevereiro 22

post de 1 de 5 bloggers: histoire(s) du cinéma #13

(da senhora que me deu a ideia deste blog)



Toutes les femmes de Manet ont l'air de dire: "je sais à quoi tu penses".

post de 1 de 5 bloggers: "Blade Runner" - Antecipar a realidade

(de um homem que sabe muito)



Ontem revi no canal Hollywood o clássico de ficção científica "Blade Runner - Perigo Iminente" (1982) de Ridley Scott.
De todas as qualidades do filme, realço o espantoso e claustrofóbico ambiente criado numa cidade futurista: o caótico movimento de pessoas nas ruas, o tráfego automóvel, o contraste entre o negro da noite e a cores dos néons, a permanente agitação de uma metrópole hiper-tecnológica. E "Blade Runner" é um filme tremendamente visionário (em 1982): para além de uma série de outras situações, em dado momento do filme, o (ler)

post de 1 de 5 bloggers: O Planeta Selvagem (Le Planète Sauvage) 1973

(os filmes dele)



A animação tornou-se outra vez negócio no fim dos anos 80 e, desde então, é cada vez menos provável que apareça outra longa-metragem do género tão bizarra como o clássico francês underground de René Laloux, O Planeta Selvagem. Desenhado com agudos detalhes e cores quentes de pastel, o filme é precisamente o tipo de alegoria hippie - e expressão visual de uma trip - que muitos cineastas dos anos 60 produziram.

Adaptado de um romance de Stefan Wul, O Planeta Selvagem foi inspirado pela invasão da Checoslováquia pelos Russos em 1968. No planeta Ygam vive uma raça de gigantes seres aliennígenos chamados Traags. Esses Traags mantêm os (ler)

segunda-feira, fevereiro 21

post de 1 de 5 bloggers

(da senhora que me deu a ideia deste blog)

— O cavalo-marinho nada como um pauzinho. (Asa, no início do filme, a tentar impressionar Tulpan.)

post de 1 de 5 bloggers: Posters do ano - II

(de ficar sem fôlego)



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post de 1 de 5 bloggers: O tabaco e os filmes

(de um homem que sabe muito)


As legislações mundiais anti-tabágicas estão a ficar cada vez mais restritivas - em vários países, até na rua já é proibido fumar.
Tempos houve em que a publicidade e a sociedade do consumo incentivavam o tabaco como sendo uma atitude "cool" e até "glamorosa".
Repare-se no cinema, por exemplo.
O que seria destas personagens se não fumassem nos filmes?
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post de 1 de 5 bloggers: A Semente do Demónio (Demon Seed) 1977

(os filmes dele)



(...) Um dos melhores exemplos do sub-género mad-computer , Demon Seed é um pesadelo de ficção científica cheio de idéias luminosas. Julie Christie domina o filme como uma insuspeita mulher cuja casa foi totalmente automatizada pelo marido, génio da informática (Fritz Weaver). Ele, por sua vez, tinha acabado de terminar Proteus, o mais inteligente computador do mundo.
Uma das várias coisas interessantes sobre esta obra de Donald Cammell é que os sonhos de Proteus são realmente visionários e utópicos, ao contrário (ler)

domingo, fevereiro 20

post de 1 de 5 bloggers: Béla Tarr e o prémio

(de um homem que sabe muito)



O realizador húngaro Béla Tarr recebeu o Grande Prémio do Júri do Festival de Berlim.

Espero que este prémio corresponda a um crescente reconhecimento pelo seu filme (e a sua obra em geral) e, ao mesmo tempo, represente um incentivo para que Tarr não abandone a carreira e volte a filmar num futuro próximo (ler)

post de 1 de 5 bloggers: Les Femmes (Les Femmes) 1969

(os filmes dele)



(...) Este seria mais um filme para passear a beleza de Bardot. Feito já na fase final da carreira da actriz, notava-se que ela queria deixar o mundo do cinema, e a sua indiferença era tanta que acabou por não ajudar nada ao filme. Diz-se que BB tinha problemas com o realizador Jean Aurel, e que fez o filme contrariada.
Bardot tinha apenas 34 anos nesta (ler)

sábado, fevereiro 19

post de 1 de 5 bloggers: Clássicos do Cinema em BD para Pessoas com Pressa #10

(de um homem que sabe muito)


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post de 1 de 5 bloggers

(da senhora que me deu a ideia deste blog)

Que decepção, a homenagem do fantasporto a Jean Renoir resume-se a três filmes, dois dos quais no pequeno auditório do Rivoli. Pelo caminho das intenções, e apesar da colaboração da Embaixada de França, perderam-se sete filmes e a palavra homenagem deu um grande tombo.

post de 1 de 5 bloggers: O Homem do Fato Claro (The Man in the White Suit) 1951

(os filmes dele)



Narrado em flashback, é uma sátira da indústria inglesa, com uma visão irónica tanto do capitalismo como do trabalho, um tema mais ambicioso que o das outras comédias da Ealing. Alec Guinness, na altura o mais camaleão dos actores desta produtora, é Sidney Stratton, um jovem químico de uma indústria têxtil, cujo serviço mais importante é limpar os tubos de ensaio do laboratório, apesar de ser um óptimo aluno, em Cambridge. Trabalhando por conta própria, ele consegue criar uma fibra que não suja nem se desgasta. Quando os industriais percebem que isso pode destruir o seu negócio, juntam forças e tentam convencer o rapaz a assinar um documento renunciando aos seus direitos.
Guinness mantém uma certa (ler)

post de 1 de 5 bloggers: A petição foi ao parlamento...

(de ficar sem fôlego)

A lei da televisão foi mudada e um dos pontos que mais beneficia a nossa causa é a quota para as produções europeias (como nos foi explicado: a entrada na comunidade não nos permite legislar de forma ao proteccionismo, assim, só as produções da comunidade podem ser privilegiadas), ou seja, não só as quotas se alargaram como o sistema de contagem se alterou. Produções criativas já não são entrevistas, nem debates, nem magazines, esta categoria foi restringida a obras de cariz verdadeiramente criativo, como o filme, tele-novela, tele-filme, série, documentário. Em adição, a possibilidade de repetições infinitas das mesma peças deixa de abonar no preenchimento das ditas quotas. [a TVI e a SIC não serão prejudicas, por ser a sua programação massiva em novelas televisivas, mas a RTP2 ver-se-à obrigada a alterar a sua estratégia de talk-show e magazines culturais/religiosos/desportivos/ecológicos/gastronómicos; mas convenhamos: uma melhor programação nunca se fez por quotas e não será certamente assim que se alcançará a excelência]

Foi-nos garantido que (ler)

sexta-feira, fevereiro 18

post de 1 de 5 bloggers: Os irmãos Quay

(de um homem que sabe muito)



No cinema existem os irmãos Coen e os irmãos Quay.
Os primeiros são sobejamente conhecidos e reconhecidos - por causa dos Óscares por "Este País Não é Para Velhos" e as nomeações por "Indomável".
Já os segundos, os Quay, irmãos americanos e gémeos verdadeiros, gozam de muito menos popularidade, mas possuem altíssimo reconhecimento artístico dentro da área em que se movimentam.
Fazem cinema de animação, misturando múltiplas técnicas de animação (sobretudo bonecos, marionetas, objectos). O (ler)

post de 1 de 5 bloggers: histoire(s) du cinéma #12

(da senhora que me deu a ideia deste blog)

— Em França há uma expressão. Diz-se: "amar alguém cegamente..." que significa amar sem fazer perguntas. E em "História(s) do Cinema" eu disse que nós, da nouvelle vague, amávamos o cinema antes o conhecer. Porque os filmes de que falávamos não podiam ser vistos. Não eram distribuídos. Godard-aveugle

post de 1 de 5 bloggers: Amor Eterno (L'amour à Mort) 1984

(os filmes dele)



(...) Quando apresentou L’Amour à Mort no Festival de Veneza em 1984, Resnais traduziu o sentido do título como “o amor até à morte; o amor é mais forte do que a morte ou o amor é tão forte que não pode senão conduzir à morte”. O título português, Amor Eterno, perde riqueza: belíssimo e depurado, concentrado nas quatro personagens de dois casais em confronto com a lucidez e a paixão perante a experiência da morte, L’Amour à Mort é um filme que põe como premissas narrativas, por um lado, a hipótese de que a morte pode não ser irreversível, por outro, a de que é plausível morrer de amor.
Depois de O Meu Tio da (ler)

post de 1 de 5 bloggers: Cor-de-malva e cheiro a tomilho

(de ficar sem fôlego)



Pensar em Another year como um grito é coisa de estranhar. No máximo seria um sussurro mesmo na porta do ouvido. Mas, apesar de abafado pela elegância, este último filme de Mike Leigh clama na forma possível [clama o quê?, já lá vamos]. Happy-go-lucky era por si, e pelo título, um filme que ia puxar o bem-estar a uma cinematografia sisuda e depressiva. Muitos críticos, espantados com aquela alegria de viver (de um cineasta tão cabisbaixo) acharam o filme irritante, a cada riso da Sally Hawkins eles rosnavam na cadeira, a cada episódio (mais ou menos) hilariante, uma gota de suor descia-lhes pelas costas.
A meu ver, Leigh está numa fase da vida (e portanto do seu cinema) em que as coisas não precisam de ser escuras para serem respeitáveis. Leigh acha, neste filme, um equilíbrio entre estas duas posições da vida que invariavelmente se resumem ao claro/escuro. Não sendo um filme bonacheirão é um filme que gosta de dar umas risadinhas, e beber um copo de vinho, não (ler)

quinta-feira, fevereiro 17

post de 1 de 5 bloggers: Os genéricos

(de um homem que sabe muito)



O João Lameira, a propósito do post abaixo deste, abordou quão importante é o genérico de um filme. E com toda a razão.
Sempre que penso em genéricos, lembro-me de um filme de Woody Allen (creio que "Annie Hall") em que a personagem interpretada pelo próprio realizador desiste de entrar na sala de cinema porque já tinha sido exibido o genérico inicial do filme. Faz sentido: podia ter perdido um genérico extraordinário. E o filme começa verdadeiramente no genérico (quando os há, porque o cinema contemporâneo aboliu muita dessa tradição).
Durante décadas, no período (ler)

post de 1 de 5 bloggers: Vida Comum (Twin Falls Idaho) 1999

(os filmes dele)



(...) O cinema americano, decididamente, não desiste de nos surpreender. Tanto nos bombardeia com os mais desmemoriados «blockbusters» e boçais comédias adolescentes, como nos pousa no colo, em pézinhos de lã, maravilhas desconcertantes como "Twin Falls Idaho". Tema: o que é ser duas pessoas num mesmo corpo? Como é estar constantemente acompanhado por alguém e ao mesmo tempo viver no maior isolamento em relação aos outros? Invocar "Freaks", Lynch, Cronenberg e Burton para falar do filme dos irmãos Polish não é preciso, porque (ler)

quarta-feira, fevereiro 16

post de 1 de 5 bloggers: Cinema - O momento da revelação

(de um homem que sabe muito)

Todos os cinéfilos guardam na memória imagens marcantes de filmes, igualmente, marcantes. Mas raramente retêm aquelas imagens nas quais surgem incrustados os títulos dos filmes.
Tema de importância menor? Talvez. Mas como disse o Rato Cinéfilo num dos seus últimos comentários, a imagem ainda é uma componente fundamental na memória de qualquer cinéfilo.
Eis alguns exemplos de grandes obras de cinema e dos "screenshots" exactos dos respectivos títulos - ou seja, o "momento da revelação":
(ler)

post de 1 de 5 bloggers:

(os filmes dele)

Assim termina este especial sobre a New Wave do cinema Inglês. Esta foi a selecção possível, e por certo que alguns filmes ficaram de fora, mas ficarão para uma próxima oportunidade.
Até domingo vamos ter por aqui uma programação variada e depois irá começar o especial Fantas-My One Thousand Movies para todos aqueles que gostam do cinema fantástico. Até amanhã.

terça-feira, fevereiro 15

post de 1 de 5 bloggers: Mais do que um mero filme sobre bruxaria

(de um homem que sabe muito)



O site dvdgo.com (que já esteve melhor do que agora) anunciou há tempos uma edição em DVD como um grande destaque editorial no panorama da cinefilia caseira. E, na verdade, não era para menos.
Tratava-se da versão especial remasterizada (som e imagem) de um dos mais míticos e sublimes filmes do período mudo: "Häxan", realizado em 1922 pelo cineasta dinamarquês Benjamim Christensen. "Häxan", um dos primeiros grandes filmes fantásticos de sempre (é do mesmo ano de "Nosferatu" de Murnau), documenta as perseguições movidas contra as feiticeiras e os actos de bruxaria numa Europa medieval conspurcada pela intolerância religiosa e pela Inquisição.
A prodigiosa fotografia do (ler)

post de 1 de 5 bloggers: Tom Jones, Romântico e Aventureiro (Tom Jones) 1963

(os filmes dele)



(...) Dirigido por Tony Richardson e vencedor de cinco Óscars, incluindo o de melhor filme, esta é uma das principais obras do movimento que temos vindo a seguir, que renovou a produção cinematográfica inglesa do mesmo modo como fizeram os franceses no seu país com a Nouvelle Vague. Sem dúvida, um dos elementos que mais se destaca no filme é a montagem rápida e inventiva, a cargo de Anthony Gibbs, que acaba por conferir ao filme um interessante tom humorístico.
Foi com grande surpresa que este filme britânico ganhava (ler)

post de 1 de 5 bloggers: Curtas mas Boas - Animação

(de ficar sem fôlego)

Todos os anos tenho feito isto, uma apresentação das curtas nomeadas para os oscars, este ano, ficou-me pelas animadas, uma vez que são as únicas disponíveis na penumbra que envolve os recantos escuros da internet.
Dos cinco títulos, há um que é certo ter sido visto por os que aqui me lêem, ele é Night and Day [completo] a habitual curta da Pixar que acompanha as longas em sala (nos anos anteriores tivemos Presto e Partly Cloudy), este ano, no enanto, temos um filme que é o mais puro dos cinemas (foi a meu ver o melhor momento da exibição de Toy Story 3).
Madagascar, a jouney dairy [completo] é por outro lado um (ler)

segunda-feira, fevereiro 14

"Kavkazskaya Plennitsa, Ili Novye Priklyucheniya Shurika"

(de um homem que sabe muito)


O portal de cinema Imdb.com é um colossal site de informação sobre cinema. Já o sabemos. Por vezes dou-me ao trabalho de averiguar o que referem os tops e as listagens que estão anexadas ao portal - "os melhores filmes por décadas", "o top dos western, comédias", entre outras.
Quando há tempos vi o top de melhores filmes sob o género de "Music" (atenção que não é o mesmo que "Musical") deparei-me com duas surpresas e (ler)

histoire(s) du cinéma #11

(da senhora que me deu a ideia deste blog)

facilis descensus averno


hoc opus hic labor est

Lições de Sedução (The Knack ...and How to Get It) 1965

(os filmes dele)


Comédia maravilhosa e única sobre o sexo. Lester filma a um ritmo adequado, com personagens inesquecíveis, uma técnica narrativa e um diálogo corajosos que fazem desta obra uma jóia inesquecível. Uma das melhores comédias europeias da década de 60.
Dirigido por Richard Lester o filme ganhou a Palma de Ouro do festival de Cannes. Interpretado por (ler)

domingo, fevereiro 13

Que estranho é este?

(o senhor da palavra)



Não é difícil de perceber a razão pela qual os últimos filmes de Woody Allen têm sido recebidos com distância pelo público que os tinha incorporado como extensão «intelectual» de um gosto mainstream que alegremente aligeirava tiques sociais, truques da vida urbana, convertendo-os em deliciosas psicopatias. Falamos claramente da sua fase post Sweet and Lowdown (1999), em que Allen ganhou consciência do seu próprio estilo e o que isso era capaz de fazer às pessoas. Desse encontro público/cineasta produziram-se obras mais despertas para a função comercial da marca Woody onde este programou, com sucesso diga-se, o improgramável: a veiculação erudita de um «defeito» de personalidade, ou por outra, um hipocondríaco que sabe sê-lo. Contudo, quem viu obras como Manhattan (1979), Hannah and Her Sisters (1986), Another Woman (1988), sabe que o universo do cineasta é (ler)

A velhice e os filmes

(de um homem que sabe muito)


Gosto de filmes sobre velhos. É uma forma simplista de o dizer, mas é assim mesmo: filmes sobre velhos, ou sobre a velhice. E não encaro o termo “velho” com conotações pejorativas. Pelo contrário. É o tempo da maturidade, da sabedora e da experiência. Uma etapa de vida que impõe respeito, valorização e atenção. Tempo de reflexão serena sobre o tempo vivido e sobre o sentido da vida.
No cinema, é preciso que (ler)

O Criado (The Servant) 1963

(os filmes dele)


Expatriado americano no Reino Unido, Joseph Losey sempre trouxe um olhar frio e desencantado ao avaliar os costumes do seu país de adopção. Mas em O Criado, a primeira das suas três colaborações com Harold Pinter, a persistência do seu olhar ainda se tornou mais permanentemente nítida. O guião de Pinter, típicamente elíptico e (ler)

sábado, fevereiro 12

Posters do Ano - I

(de ficar sem fôlego)


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Clássicos do Cinema em BD para Pessoas com Pressa #9

(de um homem que sabe muito)


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(da senhora que me deu a ideia deste blog)

Já no seu tempo foram postos de lado (porque o seu ponto de vista abarca o que existe desde sempre e se prolonga?) e o que mais me entristece é que ainda hoje os filmes de António Reis e Margarida Cordeiro são vistos apenas por meia dúzia de pessoas, disponíveis, é certo, mas (ler)

Darling (Darling) 1965

(os filmes dele)


(...)Julie Christie estava no auge da sua beleza em 1965, e mais do que apenas um rosto bonito, ela também tem uma presença em cena bastante firme, o que explica por que ela não só sobreviveu ao desprezo arrogante do público para a sua personagem, como também a levou a ganhar o Óscar de Melhor Actriz.
Os cínicos poderiam sugerir que a abordagem de Schlesinger, repleta de experiências da New Wave, é (ler)

sexta-feira, fevereiro 11

Davis, Bette Davis

(de um homem que sabe muito)



Vi há tempos, no canal 2 da RTP, um documentário sobre uma das grandes divas do cinema de Hollywood, Bette Davis.
Não sendo uma das minhas actrizes clássicas preferidas (eu é mais Greta Garbo, Marlene Dietrich, Maureen O’Hara, Joan Crawford ou Ingrid Bergman), fiquei deveras impressionado com o seu percurso artístico e de vida. Era conhecido o seu (ler)

Girl with Green Eyes (Girl with Green Eyes) 1964

(os filmes dele)


(...) Uma impressionante estreia do realizador Desmond Davis, com uma grande interpretação da jovem Rita Tushingham, a Jo de A Taste of Honey. Desmond Davis tinha trabalhado sempre próximo de Tony Richardson, como operador de câmera, e decidiu tentar a sua sorte na realização. Para seu primeiro trabalho, ele (ler)

quinta-feira, fevereiro 10

A carnalidade do toque

(de ficar sem fôlego)



Hereafter não é excelente, nem muito bom é com certeza, mas deixa no espectador mais que a maioria dos 'muito bons filmes' que por ai se anunciam. Eu sou o primeiro a admitir que, se o filme falha, isso acontece por causa de Eastwood, e se acerta, é em grande parte pelo guião de Peter Morgan.
Eastwood é um realizador singular, construtor de magistrais obra sobre o envelhecimento (usando o seu próprio envelhecimento como motor criativo); é também o realizador que se deixar levar pelos projectos e faz os filmes um-a-um, recusando uma posição demasiado autoral, apesar de não recusar a continuidade da sua obra. Se nuns filmes, essa individualidade dava (ler)

A Solidão do Corredor de Longa Distância (The Loneliness of the Long Distance Runner) 1962

(os filmes dele)



(...) Tony Richardson faz bastante uso do flashback, especialmente quando Colin está a correr sozinho na floresta. Richardson e Silltoe(o argumentista) simpatizam bastante com a personagem de Courtney, e não com o governador, cuja ânsia de ganhar a taça superou o senso comum. Courtenay, que era alguns anos mais velho do o que seu personagem adolescente, é (ler)

A Mesopotâmia, minha querida

(da senhora que me deu a ideia deste blog)

Aposto que a minha avó havia de gostar de Ana. Ela não se ia pôr à procura de significados ou semelhanças (as imagens de Josefa de Óbidos?); compreenderia tudo de uma só vez, o filme por inteiro, sem esforço, sem destruir nada, beneficiando dessa relação secreta que nasce das coisas afins. Compreenderia a fruta espalhada pela (ler)

"Cisne Negro": jogo de espelhos

(de um homem que sabe muito)



Não é por acaso que Darren Aronofsky intitulou o seu último filme "Cisne Negro" e não "Cisne Branco". É bom de ver que o que interessou ao realizador foi explorar (como já o fizera em filmes seus anteriormente) o lado mais obscuro e negro da mente humana. É essa estranha força negra que tudo absorve, que tudo destrói. Daí o fascínio pelo lado negro e desconhecido da realidade...
A frágil e doce bailarina Nina é (ler)

quarta-feira, fevereiro 9

A Taste of Honey (A Taste of Honey) 1961

(os filmes dele)



(...) O filme teve uma boa aceitação em Inglaterra, na altura em que foi exibido. Mais um dos angry young men, Tony Richardson, um dos criadores do Free Cinema, que não experimentava mais do que o que a plateia não conseguisse digerir. Richardson faria algo que Hitchcock tinha deixado como caminho pragmático da criação, obras que (ler)

terça-feira, fevereiro 8

Lembro-me desse mês de Janeiro em Tóquio, ou antes, lembro-me das imagens que filmei no mês de Janeiro em Tóquio

(de ficar sem fôlego)



"(...) Importa atender em termos: O que Chris Marker acba implicitamente por fazer a demonstração é que a objectividade é ainda mais falsa que dois pontos de vista partidários. (...) Geralmente é a imagem o elemento propriamente cinematográfico que constitui a matéria-prima de um filme. A orientação é dada pela escolha e a montagem, o texto acabando de organizar o sentido assim dado ao documento. Chris Marker procede de maneira diferente. Diria que a matéria prima é a inteligência, a sua expressão imediata a palavra, e que a imagem não reenvia à que precede ou à que se lhe segue, mas lateralmente de alguma maneira ao que é dito. (...) O elemento primordial é a beleza sonora e é dela que o espírito deve saltar para a imagem. A montagem faz-se da orelha ao olho". Uma concepção de "montagem vertical", portanto.
(...)
Memorizar o passado para (ler)

Sábado à Noite, Domingo de Manhã (Saturday Night and Sunday Morning) 1960

(os filmes dele)



(...) Apesar de Room at the Top ser considerado o início oficial da New Wave, seria com Saturday Night and Sunday Morning que se iria realmente sentir os efeitos desta vaga. Dirigido pelo veterano do "Free Cinema", Karel Reisz, e produzido por outro veterano, Tony Richardson, tinha todos os ingredientes para ser um filme controverso: um protagonista anti-social, comportamento (ler)

histoire(s) du cinéma #10

(da senhora que me deu a ideia deste blog)

Tu es face à une page, une page blanche, une plage blanche... mais il n’y a pas la mer et tu, peut-être, peux inventer les vagues, tu inventes une vague... C’est un murmure, c’est une vague... Tu as une idée que n’est que vague, mais c’est déjà un mouvement. Jean-Luc Godard, Scénario du film Passion

Conduzir a olhar para o lado

(de um homem que sabe muito)



"Vou ao cinema de vez em quando, às sextas-feiras. Gosto de observar na escuridão as caras dos outros espectadores. E de notar os (ler)

segunda-feira, fevereiro 7

Everyday Except Christmas (Everyday Except Christmas) 1957

(os filmes dele)



"Everyday Except Christmas" foi um dos filmes centrais do terceiro programa de Free Cinema no National Film Theatre, em maio de 1957. A crítica foi unânime em elogiar o filme que ganhou o prémio de Curtas e Documentários no festival de Veneza, e também foi nomeado para Melhor Filme nos British Awards. Ao mesmo tempo era a última colaboração directa de Anderson para este movimento, para voltar seis anos mais tarde com a sua primeira longa, "This Sporting Life", um filme já englobado na British New Wave.
O filme evoca o (ler)

James Dean - O Mito

(de um homem que sabe muito)



Um dos mais míticos actores de sempre, James Dean, faria 80 anos, hoje, se fosse vivo. Clássico intemporal, "A Leste do Paraíso" (1955) de Elia Kazan, é um daqueles filmes míticos que marcaram várias gerações.
Baseado no romance homónimo do escritor John Steinbeck, "A Leste do Paraíso" é o primeiro dos três grandes filmes (os outros são "Rebel Without a Pause" e "Giant") que formam o legado cinematográfico de James Dean, o malogrado actor precocemente desaparecido num trágico acidente de viação.
James Dean, com (ler)

domingo, fevereiro 6

O Código Hays da actualidade é o comércio

(de ficar sem fôlego)

Em 1972 o humorista George Carlin tornou publico as Seven Words You Can Never Say on Television, elas eram: shit, piss, fuck, cunt, cocksucker, motherfucker e tits; para além da polémica, o que se pretendia era dar a conhecer uma certa hipocrisia que reinava, uma vez que através do bom interesse da comunidade e do serviço público, castrava-se as possibilidades artísticas de muito cineastas. Mas em 72 o código Hays ou Motion Picture Production Code já havia ido ao ar (1968) depois de mais de 30 anos de funcionamento. O código proibia qualquer forma de cinema que apresentasse cenas de nudez, podia haver crimes, assassínios, tiroteios, mas um coxinha era impensável. O código vinha prevenir um certo cinema dos anos trinta, filmes de conteúdo sexual fortíssimo; a título de exemplo, repare-se as diferenças entre o Dr. Jekyll and Mr. Hyde de 1932 por Mamoulian e a versão de 1941 de Victor Fleming, uma feita antes da implementação do código e outra depois.
Hoje em dia, as Américas têm a MPAA uma espécie de (ler)

Numéro Zéro

(da senhora que me deu a ideia deste blog)

(...) Conta-nos Eustache que Odette Robert hesitou em ser filmada, em voltar a contar diante da câmara o que já lhe contara, argumentando que "não eram coisas bonitas". Não sentimos nunca em Odette Robert uma vontade de assumir poses de actriz, de dominar a conversa, buscar efeitos, agir de modo cabotino. Embora a ideia possa parecer paradoxal, devido (ler)

sábado, fevereiro 5

A Nova Vaga Britânica dos anos 60

(os filmes dele)

(...) Muita gente costuma ligar este movimento a uma outra vaga, que teve lugar em França, a "Nouvelle Vague". Na realidade, são poucos os pontos em comum, e por acaso, ambos se desenrolaram quase ao mesmo tempo, por isso dificilmente um inspiraria o outro.
Nos próximos dias vamos fazer uma viagem através deste movimento. Vão ser cerca de vinte obras, a maioria delas bastante raras, e também bastante interessantes. Vamos também, passar os olhos pelo chamado "free cinema", de que falei anteriormente.
Os primeiros filmes vão ser postados na segunda, já que amanhã é dia de descanso. Espero que gostem. (ler)

Turismo à conta dos filmes

(de um homem que sabe muito)



Para quem acumula o gosto pelo cinema e o prazer de viajar, nada melhor do que descobrir percursos de locais de rodagem de filmes. Há guias editados dos locais de filmagem do mundo inteiro, com especial destaque (ler)

Numéro Zéro - um documento

(da senhora que me deu a ideia deste blog)

Odette Robert fala, hesita, fuma um cigarro, beberica um pouco de uísque e gelo, ajeita a toalha.

A conversa de Odette Robert com o neto Jean Eustache. É assim que construimos a nossa própria história: um amontoado de problemas e sentimentos contraditórios; a falta de dinheiro; as infidelidades; a maldade ou bondade dos outros; as mudanças de casa, de terra; uma (ler)

sexta-feira, fevereiro 4

A Viagem de Felícia (Felicia's Journey) 1999

(os filmes dele)



(...) As primeiras imagens de O "A Viagem de Felícia" criam uma atmosfera encantadoramente estranha. Um estranhamento que passa pelos curiosos hábitos que o personagem de Bob Hoskins nos vai dispondo diante dos olhos. Diante da TV, acompanhando um programa culinário, o homem demonstra uma extrema meticulosidade em cada gesto e uma dedicação quase religiosa àqueles afazeres. Diante (ler)

Cine-eremita: um animal educado

(de ficar sem fôlego)



O ermitismo (suponho que seja o acto de ser ermita) é coisa cobiçada e de grande apreciação, basta lembrar o Black Narcissus para perceber que o velho ermita tem oferendas todos os dias, comida regular e apreço da população local. Tem só uma desvantagem: deixar-se ficar, imóvel, durante horas e dias em meditação contínua e sonolenta.
O bom cinéfilo, aquele que com elegância constrói as (ler)
(da senhora que me deu a ideia deste blog)



Março é mês de Godard. O meu pequeno contributo: projecção de História(s) do Cinema, de Jean-Luc Godard, França, 1998, 268'. Dia 5 de Março, às 14h30, no Teatro Lethes (Faro). Em resposta ao amável convite de Anabela Moutinho.

quinta-feira, fevereiro 3

Exótica (Exotica) 1994

(os filmes dele)



(...) Na sua engenhosa estratégia narrativa, interessa menos a história do que a maneira de descortiná-la, ou mesmo de chegar até ela. A teia reúne diversos personagens, mas as conexões entre eles vão se revelando aos poucos, em diálogos ambíguos e flashbacks que omitem informações na mesma medida em que as fornecem.
Foi o filme que finalmente catapultou Egoyan para o sucesso internacional. Pela primeira vez (ler)

quarta-feira, fevereiro 2

The Adjuster (The Adjuster) 1991

(os filmes dele)



The Adjuster traz uma reflexão sobre o que a vida de cada um tem de única, através da história da família de Noah. Noah é um corretor de seguros, que faz sexo com as suas clientes. A sua esposa, Hera, vê filmes pornográficos e encaminha a classificação indicativa deles para o governo. Ambos vivem com os filhos e o irmão preguiçoso e aproveitador de Hera, até que um dia, a suposta calmaria é rompida quando aparece Bubba, que deseja produzir um filme em casa deles.
Em 1991, três anos antes de chamar a atenção internacionalmente com Exótica, Atom Egoyan adicionou à sua já considerável reputação como um audaz aventureiro, este excelente filme. Como já tinha feito em filmes anteriores, como "Family Viewing", Egoyan descreve situações mundanas masgistralmente envolvendo pessoas aparentemente normais - neste caso (ler)

Huxley e Ridley Scott?

(de um homem que sabe muito)

Durante uns meses foi um mero rumor. Agora parece que é oficial: Ridley Scott, o realizador de um dos mais significativos filmes de ficção científica de sempre - "Blade Runner" (1982) com base no livro homónimo de Philip K. Dick, vai adaptar para cinema outro clássico da literatura futurista - "O Admirável Mundo Novo" de Aldous Huxley.
O cineasta revelou que foi Leonardo DiCaprio quem desafiou Scott (ler)

histoire(s) du cinéma #7

(da senhora que me deu a ideia deste blog)

Tudo está nessa ou naquela justaposição de situações visuais. Tudo está nos intervalos. Dziga Vertov, Conselho dos Três (trad. de Marcelle Pithon, in A experiência do Cinema, org. Ismail Xavier, Graal/Embrafilme.)

Vélasquez peignait les choses qui sont entre les choses et je m’aperçois (ler)